Hoje em dia, mais do que nunca, parece preciso que as pessoas comprem mais do que tem, porque isso já faz parte de nós. Acho que isso não se trata de personalidade, não é porque se tem uma personalidade mais forte que deixa de ser influenciado por tudo que nos é exposto. Não perdemos a nossa identidade com isso, mas deixamos muitas vezes de usar coisas que gostaríamos e do jeito que gostaríamos, por medo do que os outros vão pensar e principalmente, porque não é mais usado por eles.
Raras pessoas ainda conseguem manter a sua personalidade nas roupas que usam, mas a maioria delas, no mínimo que seja, não usa totalmente da sua vontade pra se vestir.
Fazemos parte disso que muda a todo instante, já nos adaptamos a viver assim e já nascemos nessa necessidade de consumo.
Em todo o mundo, em cada país ou estado, há algo que guia o padrão do que cada um vai usar. Não tem como escapar, esta entranhado junto com tudo que aprendemos até hoje e isso, a menos que haja uma tremenda revolução, não tem como ser diferente.
Felizmente ou infelizmente, nós vivemos nesse mundo em que uma roupa pode valer mais que uma pessoa e ela é o que veste, ela é o que usa e o que compra. Nada do que usamos é totalmente estilo próprio, tudo veio de algum lugar, e isso vai se disseminando até toda a população ter escolhido um estilo de vida, esse, que não é apenas um que tem.
Seja pela TV, ou pelas revistas, a mídia inteira nos influencia a ser o que elas querem vender, a ser o que elas estão propondo e disputam cada dia mais, um espaço no mercado, criando propagandas cada vez mais chamativas e atraentes para que nesse jogo, nós sejamos os jogadores e conseqüentemente sem que percebamos, já estaremos procurando o seu produto. Sem se dar conta do quanto cada propaganda interfere na nossa visão e sem notar estaremos fazendo exatamente o que todos querem.
Não conseguiríamos hoje viver sem esta disputa entre nós mesmo, não conseguiríamos nos readaptar a outro estilo de vida e não acho que isso seja totalmente bom, pois de certa forma, tira a nossa autenticidade e apenas passam a nos ver por aquilo que consumimos e temos no armário, e não exatamente pelo que somos. Não seguir totalmente os padrões, aos olhos dos outros, torna aquele ser diferente e bizarro, mas se alguém também tenta seguir aquele estilo de todos, é visto como uma mudança radical, simplesmente porque quer fazer o que todos fazem e é criticado, e esses não se dão conta de que também um dia, já foram diferentes do que são hoje e não teriam o direito de julgar ninguém.
Porem, também não podemos julgar quem nos julga, porque de algum jeito também acabamos julgando outro alguém. Nada é completamente nosso, tudo vem de algum lugar, tudo acaba chegando a nós, e a mídia é o nosso principal aliado nessa luta pela aceitação.
Esse não seria o mundo ideal pra vivermos, sempre querendo ser melhor que os outros, sempre estando expostos a julgamentos, sempre procurando estar de acordo com o que todos querem que sejamos, mas é assim que estamos acostumados a viver.
Ainda existem pessoas que sim, não se importam tanto com o que os outros vão pensar e o modo como vão julgar, existe pessoas que conseguem não ‘’querer’’ tanto quanto as outras, mas de algum modo, vivem nesse sistema que esta em eterno movimento.
Infelizmente, falar é fácil, mas assim como eu, ninguém mais se vê com outro modo de viver, e por mais que critiquemos esse sistema, nós vivemos nele e o alimentamos. Esse é o nosso começo e o nosso fim.
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Moema!
ResponderExcluirGostei do teu texto e da relação que fizeste acerca da personalidade e identidade. Tu disseste que não perdemos a personalidade e sim a identidade. Mas qual seria a diferença? Como perder nossa identidade sem perdermos nossa personalidade? Tu disseste também que já nascemos com a necessidade de consumo. Acredito que essa necessidade nos é imposta assim que nascemos e isso é perceptível na medida que temos crianças cada vez menores suprindo suas "necessidades" de consumo. Hoje, crianças consomem como adultos e partilham desse mesmo mundo de uma forma muito naturalizada. Uma pesquisa feita em São Paulo mostrou que 80% do que uma família consome é influenciado pelas crianças e adolescentes. Ou seja, o marketing descobriu um grande potencial, investir nas crianças e adolescentes. E esse é um dos objetivos da mídia, incentivar o consumo para alimentar o capital. Tu colocaste que este não é um mundo ideal para se viver, então te questiono: qual seria o mundo ideal?
Um beijo.